perspectivas Oscar 2005 - atriz coadjuvante




minhas apostas:

1 Michelle Williams, por O Segredo de Brokeback Mountain
2 Rachel Weisz, por O Jardineiro Fiel
3 Catherine Keener, por Capote
4 Scarlett Johansson, de Ponto Final
5 Maria Bello, por Marcas da Violência

A categoria mais competitiva do Oscar deste ano é a de atriz coadjuvante. A esta altura, eu somente não desconfio das indicações de Michelle Williams, por O Segredo de Brokeback Mountain, e Rachel Weisz, por O Jardineiro Fiel. E, cá entre nós, numa competição entre as duas pela vitória, não há a menor dúvida na minha cabeça de que Rachel leva o Oscar. As duas entram num quesito que a Academia adora: as esposas.

Michelle é a mais presente nas listas dos críticos, disputa o Globo de Ouro e o prêmio do SAG. Rachel segue o mesmo caminho, mas tem um charme mais, é mais velha, mais experiente e seu papel é bem mais importante para o filme do que o de Michelle. Fora isso, O Jardineiro Fiel pode até ser indicado nas categorias principais, mas é praticamente impossível levar um deles. E a melhor atriz coadjuvante raramente sai de um dos principais candidatos a melhor filme, caso de Brokeback Mountain. Seria (ou será) a primeira indicação de cada uma.

Catherine Keener, por Capote, parece ser uma aposta cada vez mais certa. O filme está no auge e tem chances fortíssimas de concorrer na categoria principal. Hoje, poderia ser considerada um "lock", uma certeza. O fato de interpretar uma personagem real - e uma esposa, a coadjuvante forte que a Academia adora - catapulta sua possibilidade de indicação. Catherine já foi indicada em 99, por Quero Ser John Malkovich.

As duas vagas restantes têm oito candidatas com chances. Isso mesmo, oito. Algumas têm mais possibilidades, outras nem tanto, mas é bom lembrar que esta categoria costuma ser a mais surpreendente do Oscar, com indicações diferentes da lista do Globo de Ouro ou do SAG. Para se ter uma idéia, no ano passado Natalie Portman, de Closer, indicada ao Oscar, ganhou o Globo de Ouro, mas nem concorreu ao SAG (onde Cloris Leachman, por Espanglês, conseguiu a vaga).

Em alguns anos, só duas ou três indicadas ao guild ou ao GG terminaram emplacando candidatura ao Oscar. Portanto, Scarlett Johansson, de Ponto Final, esnobada pelo SAG e uma das favoritas ao GG, ainda mantém boas chances de indicação. Sobretudo, se considerarmos que a Academia tem uma dívida com ela, pela não-indicação em 2003, por Encontros e Desencontros. A Academia adora fazer justiça atrasada, como em 2001, quando Jennifer Connelly ganhou o prêmio por Uma Mente Brilhante, um ano depois de nem sequer ter sido indicada por Réquiem para um Sonho.

As chances de Maria Bello, por Marcas da Violência, diminuem por causa da divisão de votos. Uns a classificam como protagonista, que é como ela disputa o Globo de Ouro, e outros entendem que sua personagem é coadjuvante, onde ela ganhou e foi indicada em alguns prêmios. Bello, esposa forte, seria a quinta indicação mais óbvia. Tomara que não perca a vaga por causa desta bobagem.




6 Frances McDormand, por Terra Fria
7 Diane Keaton, por Tudo em Família
8 Amy Adams, por Junebug
9 Shirley MacLaine, por Em Seu Lugar
10 Gong Li, por Memórias de uma Gueixa

Se perder a indicação, Maria Bello deve ceder a vaga para Frances McDormand, atriz que a Academia adora, por sua performance em Terra Fria. A atriz está na lista do Globo de Ouro e na do SAG. Logo em seguida existe a veteraníssima Diane Keaton, outra favorita, que foi prejudicada pela campanha do estúdio (de atriz para atriz coadjuvante), mas que tem um carisma arrebatador, capaz de render indicação até por filmes como As Filhas de Marvin, em 1995.

Amy Adams pode ser a indicada-surpresa. Resta saber de Junebug foi visto o suficiente. Sua presença constante nos prêmios pré-Oscar são o maior referencial. E Shirley MacLaine, hein? Começou como uma favorita, mas logo se apagou. Bem, Gloria Stuart e Lauren Baccall comoveram os acadêmicos há alguns anos (embora tenham perdido para atrizes mais jovens). Shirley entraria nesta lista? E Gong Li seria uma indicada exótica (como Juliette Binoche, em O Paciente Inglês, 1996, que terminou ganhando), mas foi uma nulidade no desempenho nos prêmios de críticos. Em todo caso...