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segunda-feira, janeiro 15

[perspectivas: roteiro original]



1 (2) Michael Arndt, por Pequena Miss Sunshine
2 (3) Guillermo Arriaga, por Babel
3 (1) Peter Morgan, por A Rainha
4 (7) Zach Helm, por Mais Estranho que a Ficção
5 (10) Paul Greengrass, por Vôo United 93

A indicação de Pequena Miss Sunshine é uma certeza. É a vaga dos indies garantida, um tipo de filme que sempre emplaca nesta categoria, mesmo quando, como neste ano, é preterido no mesmo quesito, unificado, do Globo de Ouro. Recebeu indicação no guild e já ganhou o Critics Choice. É também um dos favoritos para vencer a categoria no Oscar já que não deve mais ter chances em canto nenhum. Como deve ser um dos finalistas entre os melhores filmes, a indicação aqui ganha força.

Babel é seu principal adversário. Pode-se traçar duas linhas de pensamento sobre as chances do filme nesta categoria. A primeira é a do merecimento: a Academia pode resolver abraçar o filme de vez e dar muitas indicações e prêmios para ele. A indicação é certa, mas o prêmio nem tanto. Como Crash no ano passado, faz a linha filme sério, "merecedor" de uma vitória, e, justamente por esta semelhança, não deve reprisar sua vitória na categoria principal. Ou seja, o prêmio de roteiro original poderia vir como uma consolação, a não ser que uma das atrizes coadjuvantes ganhe.

A terceira opção lock é A Rainha, considerado um filme "importante" e citado e premiado em vários precursores, ganhador do Festival de Cannes na categoria e com grandes possibilidades de aparecer indicado nas categorias principais, o que reforça suas chances de citação. É um finalista certo, mas como Helen Mirren vai ser a melhor atriz do ano indubitavelmente, não há tanta expectativa em torno de um outro prêmio.

As duas últimas vagas são menos certas. Mais Estranho que a Ficção tem o reforço do WGA e a estrutura de filme maluquinho com diretor, Marc Foster, que já emplacou filmes oscarizados, como Em Busca da Terra do Nunca e A Última Ceia. Seu principal contratempo é que Pequena Miss Sunshine pode reunir todos os votantes simpáticos aos filmes indies.

O Writers Guild of America reforçou as chances de Vôo United 93, cuja campanha ganhou mais visibilidade com alguns prêmios dos críticos para o filme. Prêmios menores, é bem verdade. Mas diante da significação do material que o filme retrata, acho que ele rouba a vaga que todo mundo atribuía a Pedro Almodóvar.

6 (4) Pedro Almodóvar, por Volver
7 (N) Guillermo del Toro, por O Labirinto do Fauno
8 (6) Anna Boden & Ryan Fleck, por Half Nelson
9 (9) Eric Roth, por O Bom Pastor
10 (5) Iris Yamashita, por Cartas de Iwo Jima

Na bica para conseguir uma das duas vagas incertas, estão dois filmes em língua estrangeira. Almodóvar viu suas chances murcharem gradativamente com o tempo. De contender à categoria principal, o filme parece só ter indicações fechadas em filme estrangeiro e melhor atriz. Como Almodóvar é nome de grife, ele ainda tem chances de entrar, mas hoje eu não apostaria nele. Guillermo del Toro, por outro lado, viu seu O Labirinto do Fauno ganhar muita visibilidade e ser cotado até para as categorias centrais. Uma indicação aqui não seria tão difícil assim.

Half Nelson é um bom nome e seria uma indicação merecida, mas num ano com menos concorrentes independentes. As chances reais do filme, sem uma indicação ao WGA, são para Ryan Gosling como melhor ator. Já O Bom Pastor foi prejudicado pelo erro de estratégia, que o deixou como último filme do ano a estrear, ficando de fora dos primeiros prêmios, e fazendo com ele sumisse nas maiores premiações dos críticos e nos guilds.

Cartas de Iwo Jima é um caso à parte. Como o buzz estava fortíssimo, apareceu cotado em todas categorias, mas depois de ser solenemente ignorado em todos os guilds, é, além de improvável, quase impossível que emplaque em quesitos grandes. O próprio processo resolveu excluir os filmes de Clint Eastwood das principais categorias.


 
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