perspectivas Oscar 2005 - diretor
minhas apostas:
1 Ang Lee, por O Segredo de Brokeback Mountain
2 George Clooney, por Boa Noite, e Boa Sorte.
3 Steven Spielberg, por Munique
4 Fernando Meirelles, por O Jardineiro Fiel
5 Bennett Miller, por Capote
O Kris Tapley, do famoso In Contention, diz que não se surpreenderia se o Christopher Nolan fosse indicado ao Oscar de melhor diretor por Batman Begins. Na verdade, eu acho que ele se surpreenderia, sim. Todo mundo se surpreenderia. Nolan, apesar da boa repercussão que seu filme teve, não está na lista de principais candidatos a uma indicação. A disputa pelo prêmio deve se resumir aos filmes de Ang Lee e George Clooney, com um panorama muito favorável para que o taiwanês saia premiado do Kodak Theatre. E eu acho que apenas eles dois estão confirmados entre os cinco indicados.
Nem se fala mais sobre preconceito. O Segredo de Brokeback Mountain chegou num patamar que dificilmente o derruba da condição de favorito absoluto. É o filme do ano e todos sabem disso. Premiar outro longa mostraria a Academia completamente desconectada da movimentação cinematográfica. Pareceria coisa de gente velha, cabeça-dura, que não aceita que o mundo mudou. Por isso – e pelas inegáveis qualidades do filme – Ang Lee não apenas vai ser indicado, mas tem tudo para ganhar o Oscar de melhor diretor. O Globo de Ouro cristalizou essa condição e o prêmio do DGA, que será anunciado no sábado, dificilmente será diferente.
George Clooney corre quase ao lado. A indicação de Boa Noite, e Boa Sorte é igualmente certeira. Além de a recepção para com o filme ter sido unânime, Clooney foi citado em quase todos os prêmios importantes e tem um imenso carisma (sobretudo entre os atores, maior parte da Academia), que seria o principal rival de Ang Lee. Como existe a possibilidade de premiá-lo como ator coadjuvante (por Syriana, o que eu pessoalmente não acredito, mas que não deve ser descartado), muitos acadêmicos podem achar que ele já teve seu reconhecimento. Outro ponto: filmes como o de Clooney são mais comuns do que o de Lee. Seria uma chance única.
Acredito que as três indicações finais ainda estão meio embaralhadas. É este quadro que eu creio que pode facilitar a indicação de Steven Spielberg, por Munique. Extremamente conhecido, extremamente popular, Spielberg fez mais um filme sério, que mesmo recebido sem o alarde que se anunciava, ganhou alguns prêmios e indicações. O cineasta não tem um histórico tão confiável para dar como certa sua nomeação. Ainda há uma grande restrição a seu nome, mas o novo filme é bem melhor do que filmes seus esnobados, como Amistad (1997), para ficarmos com um filme em que se acreditava na indicação.
Juro que refleti muito antes de apostar em Fernando Meirelles justamente na quarta posição. Meu raciocínio é de que os cineastas menos conhecidos deverão ficar com apenas uma vaga. Então, ou dá Paul Haggis, ou Bennett Miller. Isso abriria espaço para um filme com alcance mais abrangente, como O Jardineiro Fiel, que tem cara de filme grande. Isso além do fato de Meirelles já ter sido indicado e por um filme em português, o que demonstra seu prestígio.
Para a última vaga, que tal Bennett Miller? Sim, eu realmente acho que o diretor de Capote tem mais chances do que Paul Haggis. Por mais que o filme de Miller seja "menor" do que seu adversário, como tem sido constatemente lembrado por vários colegas, ele é muito mais unânime do que Crash. Conseguiu romper várias barreiras para um filme num formato assim, sendo indicado quase todos os principais prêmios da crítica e dos guilds. Miller ainda tem a seu favor o fato de ser um estreante e, vocês sabem, a Academia adorar adotar esse ou aquele novato, vide o Stephen Daldry.
6 David Cronenberg, por Marcas da Violência
7 Paul Haggis, por Crash
8 James Mangold, por Johnny & June
9 Woody Allen, por Ponto Final
10 Peter Jackson, por King Kong
Olha, eu ainda acho que as chances do David Cronenberg são maiores do que as do Haggis. Existem um grande histórico de indicações de grandes diretores apenas nesta categoria. Com David Lynch, aconteceu duas vezes. E Marcas da Violência é uma unanimidade, um filmaço que pode muito bem deixar o filme-de-efeito de Haggis para trás numa categoria onde apenas os cineastas decidem. Haggis, no entanto, tem um filme popular, isso pode contar, mas ainda acho que deve pesar mais na categoria principal.
James Mangold pode surpreender, como Taylor Hackford e o burocrático Ray, no ano passado, mas é outro que parece ter mais perfil de ser indicado na categoria de melhor filme, onde todos votos. Como foi esnobado pelo Globo de Ouro e pelo DGa, acho que dificilmente emplacaria aqui. Tem gente que ainda acredita que Ron Howard ou Noah Bumbach tem algumas chances, mas eu duvido muito. O filme do primeiro fracassou e o segundo é "too indie" para a tarefa - e não tem o mesmo apoio da crítica como tinha Sideways.
Então, sobram dois medalhões com chances bem reduzidas, mas algo existentes. Woody Allen viu Ponto Final começar como favorito e ir perdendo as chances aos poucos. A indicação para o Globo de Ouro já era esperada por causa do prestígio do diretor. Prestígio que já rendeu várias nomeações de Allen ao Oscar, mas será que ele emplaca de novo? Por fim, Peter Jackson fez um filmão, com a maior cara de indicado, mas os elogios não se tornaram indicações prévias. Acho difícil, mas o tamanho daquele gorila...
minhas apostas:
1 Ang Lee, por O Segredo de Brokeback Mountain
2 George Clooney, por Boa Noite, e Boa Sorte.
3 Steven Spielberg, por Munique
4 Fernando Meirelles, por O Jardineiro Fiel
5 Bennett Miller, por Capote
O Kris Tapley, do famoso In Contention, diz que não se surpreenderia se o Christopher Nolan fosse indicado ao Oscar de melhor diretor por Batman Begins. Na verdade, eu acho que ele se surpreenderia, sim. Todo mundo se surpreenderia. Nolan, apesar da boa repercussão que seu filme teve, não está na lista de principais candidatos a uma indicação. A disputa pelo prêmio deve se resumir aos filmes de Ang Lee e George Clooney, com um panorama muito favorável para que o taiwanês saia premiado do Kodak Theatre. E eu acho que apenas eles dois estão confirmados entre os cinco indicados.
Nem se fala mais sobre preconceito. O Segredo de Brokeback Mountain chegou num patamar que dificilmente o derruba da condição de favorito absoluto. É o filme do ano e todos sabem disso. Premiar outro longa mostraria a Academia completamente desconectada da movimentação cinematográfica. Pareceria coisa de gente velha, cabeça-dura, que não aceita que o mundo mudou. Por isso – e pelas inegáveis qualidades do filme – Ang Lee não apenas vai ser indicado, mas tem tudo para ganhar o Oscar de melhor diretor. O Globo de Ouro cristalizou essa condição e o prêmio do DGA, que será anunciado no sábado, dificilmente será diferente.
George Clooney corre quase ao lado. A indicação de Boa Noite, e Boa Sorte é igualmente certeira. Além de a recepção para com o filme ter sido unânime, Clooney foi citado em quase todos os prêmios importantes e tem um imenso carisma (sobretudo entre os atores, maior parte da Academia), que seria o principal rival de Ang Lee. Como existe a possibilidade de premiá-lo como ator coadjuvante (por Syriana, o que eu pessoalmente não acredito, mas que não deve ser descartado), muitos acadêmicos podem achar que ele já teve seu reconhecimento. Outro ponto: filmes como o de Clooney são mais comuns do que o de Lee. Seria uma chance única.
Acredito que as três indicações finais ainda estão meio embaralhadas. É este quadro que eu creio que pode facilitar a indicação de Steven Spielberg, por Munique. Extremamente conhecido, extremamente popular, Spielberg fez mais um filme sério, que mesmo recebido sem o alarde que se anunciava, ganhou alguns prêmios e indicações. O cineasta não tem um histórico tão confiável para dar como certa sua nomeação. Ainda há uma grande restrição a seu nome, mas o novo filme é bem melhor do que filmes seus esnobados, como Amistad (1997), para ficarmos com um filme em que se acreditava na indicação.
Juro que refleti muito antes de apostar em Fernando Meirelles justamente na quarta posição. Meu raciocínio é de que os cineastas menos conhecidos deverão ficar com apenas uma vaga. Então, ou dá Paul Haggis, ou Bennett Miller. Isso abriria espaço para um filme com alcance mais abrangente, como O Jardineiro Fiel, que tem cara de filme grande. Isso além do fato de Meirelles já ter sido indicado e por um filme em português, o que demonstra seu prestígio.
Para a última vaga, que tal Bennett Miller? Sim, eu realmente acho que o diretor de Capote tem mais chances do que Paul Haggis. Por mais que o filme de Miller seja "menor" do que seu adversário, como tem sido constatemente lembrado por vários colegas, ele é muito mais unânime do que Crash. Conseguiu romper várias barreiras para um filme num formato assim, sendo indicado quase todos os principais prêmios da crítica e dos guilds. Miller ainda tem a seu favor o fato de ser um estreante e, vocês sabem, a Academia adorar adotar esse ou aquele novato, vide o Stephen Daldry.
6 David Cronenberg, por Marcas da Violência
7 Paul Haggis, por Crash
8 James Mangold, por Johnny & June
9 Woody Allen, por Ponto Final
10 Peter Jackson, por King Kong
Olha, eu ainda acho que as chances do David Cronenberg são maiores do que as do Haggis. Existem um grande histórico de indicações de grandes diretores apenas nesta categoria. Com David Lynch, aconteceu duas vezes. E Marcas da Violência é uma unanimidade, um filmaço que pode muito bem deixar o filme-de-efeito de Haggis para trás numa categoria onde apenas os cineastas decidem. Haggis, no entanto, tem um filme popular, isso pode contar, mas ainda acho que deve pesar mais na categoria principal.
James Mangold pode surpreender, como Taylor Hackford e o burocrático Ray, no ano passado, mas é outro que parece ter mais perfil de ser indicado na categoria de melhor filme, onde todos votos. Como foi esnobado pelo Globo de Ouro e pelo DGa, acho que dificilmente emplacaria aqui. Tem gente que ainda acredita que Ron Howard ou Noah Bumbach tem algumas chances, mas eu duvido muito. O filme do primeiro fracassou e o segundo é "too indie" para a tarefa - e não tem o mesmo apoio da crítica como tinha Sideways.
Então, sobram dois medalhões com chances bem reduzidas, mas algo existentes. Woody Allen viu Ponto Final começar como favorito e ir perdendo as chances aos poucos. A indicação para o Globo de Ouro já era esperada por causa do prestígio do diretor. Prestígio que já rendeu várias nomeações de Allen ao Oscar, mas será que ele emplaca de novo? Por fim, Peter Jackson fez um filmão, com a maior cara de indicado, mas os elogios não se tornaram indicações prévias. Acho difícil, mas o tamanho daquele gorila...
5 Comments:
Acho que os vecendores são previsíveis, mas os indicados está muito dificil de escolher. Acho que o Cronenberg pode entrar aí no lugar do Meirelles.
By Anônimo, at janeiro 26, 2006 6:02 PM
Por isso ele está em sexto. Minha lista pode mudar até antes das indicações.
By CHICO FIREMAN, at janeiro 26, 2006 9:42 PM
honey, gostei bastante da tua análise da categoria. bem boa, mesmo. :-)
só um senãozinho: eu não acho que dá para comparar o mangold com o hackford. o hackford era uma cara da velha guarda, a quem a academia se sentia devendo uma indicação há muito tempo, e quando ele apareceu no DGA ficou claro que ele ia ser mesmo indicado por Ray. já o mangold... bem, ele é o mangold. e nem foi indicado a nada. eu colocaria ele muito atrás de qqer outro diretor nessa categoria, na boa.
sabe que eu tô muito indecisa nessa categoria tbm. acho que só no dia 30 eu vou parar de pensar e publicar as apostas finais, cruzar os dedos e hope for the best.
amanhã assisto munich. dois amigos q já assistiram na cabine de imprensa na terça me disseram q o filme é a minha cara, tô seca de vontade de assistir! só não vou hj depois do trabalho pq tenho um aniver.
beijos, o blog tá muito bom!
By f., at janeiro 27, 2006 4:00 AM
Acho que Cronenberg entra no lugar de Miller.
By Anônimo, at janeiro 27, 2006 5:26 AM
Acho que pode rolar, sim, Gabriel...
By CHICO FIREMAN, at janeiro 27, 2006 9:33 AM
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