o s c a r B U Z Z

sábado, janeiro 20

[perspectivas: direção]



1 (1) Martin Scorsese, por Os Infiltrados
2 (3) Alejandro Gonzalez Iñarritú, por Babel
3 (4) Stephen Frears, por A Rainha
4 (2) Clint Eastwood, por Cartas de Iwo Jima
5 (6) Bill Condon, por Dreamgirls

É o ano de Martin Scorsese. Já disse que sim duas vezes em anos anteriores e me danei. Em 2002, Marty perdeu para Roman Polanski, numa vitória surpreendente, e em 2004, para Clint Eastwood, que estava bombado. Neste ano, Os Infiltrados passou de bom policial para filme de Oscar e Clint viu seu dois filmes sumirem nas campanhas à Academia. Até duas semanas atrás, eu diria sem hesitar que é a vez de Scorsese, mas aí a corrida assentou e o filme que estava no topo ficou paralisado vendo seus concorrentes se afirmarem. Bem, quando se está no topo, ou você fica parado ou você cai. Então, ele já não está mais tão certo? Não é bem assim. Esqueça Iñarritu. O Oscar é de Marty.

Babel ressurgiu das cinzas com as sete indicações para o Globo de Ouro e com as citações no DGA, PGA, WGA e SAG. O prêmio do Globo de Ouro, no entanto, demonstrou sua fragilidade. Ganhou como filme dramático, mas perdeu em todo o resto, inclusive roteiro, onde era favorito. Seria o suficiente para ganhar o Oscar um ano depois de Crash? As possibilidades de filmes com estrutura não-lineares vencerem o prêmio por dois anos consecutivos me parecem poucas. Alejandro Gonzalez Iñarritu tem que derrubar esta semelhança e ainda enfrentar a fúria de quem quer ver Scorsese premiado. Mas a indicação está garantida.

Stephen Frears aparece em terceiro porque os dois últimos não são tão certos. A Rainha caiu nas graças da crítica, o que rendeu muitos prêmios e indicações para o filme, que se tornou uma indicação óbvia nas categorias principais. Além do que, é uma típica indicação nesta categoria: o filme sério, importante, político, clássico, tradicional. E o fato de ser inglês só ajuda.

A vida de Clint Eastwood foi assim. Primeiro, A Conquista da Honra era o hit. Depois, caiu. Em seguida, Cartas de Iwo Jima era a obra-prima. Depois, foi perdendo força, com indicações isoladas de melhor diretor e filme em língua estrangeira (cruzes) no Globo de Ouro e sendo completamente esnobado pelos principais guilds. Hoje, Clint depende unicamente de seu carisma para ter uma indicação como diretor, mas a Academia pode achar que ele já foi premiado o suficiente - e há pouco tempo. É esperar.

Resisti até o último momento em colocar Bill Condon nesta lista porque eu acho que há fortes chances de ele não ser indicado. Dreamgirls provou sua força no Globo de Ouro, mas Condon não foi indicado. No entanto, o filme é finalista no PGA e no DGA, o que não dá pra ignorar. Ficaria bem mais feliz se o Greengrass ou até o del Toro estivessem no lugar dele.

6 (5) Paul Greengrass, por Vôo United 93
7 (13) Todd Field, por Pecados Íntimos
8 (11) Guillermo del Toro, por O Labirinto do Fauno
9 (N) Jonathan Dayton & Valerie Faris, por Pequena Miss Sunshine
10 (12) Alfonso Cuarón, por Filhos da Esperança

Paul Greengrass, por Vôo United 93, ainda tem chances de ganhar uma vaga, mesmo sem o apoio dos guilds. Seu filme é bem dirigido e trata de um tema extremamente caro aos Estados Unidos, o 11 de Setembro de 2001. Todd Field é um nome a não se desprezar, vide suas indicações por Entre Quatro Paredes há alguns anos. Agora, com Pecados Íntimos, que deve ser lembrado em atriz, ator coadjuvante e roteiro adaptado, Field pode se beneficiar da fragilidade de alguns candidatos e emplacar seu drama familiar.

Guillermo del Toro viu seu O Labirinto do Fauno crescer tanto nos últimos dias que uma indicação como melhor diretor não é nada impossível. Já o casal Dayton e Faris podem fazer história caso sejam indicados. Seria a primeira indicação de um casal e a segunda de uma dupla (Robert Wise e Jerome Robbins ganharam por Amor, Sublime Amor, de 1961). Resta saber se Pequena Miss Sunshine não vai ser aquele filme que não tem direção contemplada com indicação. Alfonso Cuarón está aqui só pelo buzz.

1 Comments:

  • Chico, Warren Beatty já dividiu com Buck Henry uma indicação de melhor diretor, por O Céu Pode Esperar, em 1979. Portanto, Dayton & Faris seriam a terceira dupla indicada na história do Oscar, certo?

    Abraço.

    By Blogger Antonio Santos, at janeiro 22, 2007 10:47 AM  

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